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A Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte (CDCC) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou, nesta terça-feira (9), uma audiência pública na Sala das Comissões para debater as condições do transporte intermunicipal no Estado. Durante o encontro, foi apresentado o relatório semestral da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de Mato Grosso (AGER/MT).
O documento atende a um pedido do presidente da CDCC, deputado Faissal Calil (Cidadania), que requereu com urgência esclarecimentos sobre a atuação da agência reguladora no acompanhamento e fiscalização dos serviços públicos delegados, com foco na qualidade, transparência e garantia dos direitos dos usuários. A urgência do tema se justifica pelos inúmeros acidentes registrados nas rodovias estaduais, muitos deles com vítimas fatais.
O servidor da AGER-MT, Silvio Costa, apresentou dados operacionais e econômicos dos serviços de transporte rodoviário delegados à agência. Já o presidente da AGER/MT, Luís Alberto Nespolo, ressaltou a importância da audiência para garantir visibilidade e transparência dos serviços prestados.
“O relatório apresentado pela diretoria de Transporte Intermunicipal de Rodovias e sua superintendência de Transportes está relacionado a uma cláusula da Lei 432/2011, que determina dar visibilidade semestralmente à sociedade sobre o trabalho desenvolvido, explicando, por exemplo, quantos quilômetros foram percorridos, quantos ônibus estão em operação, quantos passageiros trafegaram, quantas gratuidades e meias-passagens foram emitidas. É dar visibilidade e transparência ao transporte intermunicipal de passageiros”, explicou Nespolo.
O especialista em trânsito André Cerqueira chamou a atenção para o elevado número de acidentes nas rodovias, alertando que não existe um plano estruturado, apenas medidas eventuais para tentar evitar as ocorrências. “A pior colisão no trânsito é a ultrapassagem. Cerca de 45% das mortes são causadas por manobras de ultrapassagem e 40% por déficit de atenção”, destacou Cerqueira. Ele revelou que, nos últimos cinco anos, a BR-163 registrou 1.233 mortes no trecho que corta Mato Grosso.
Cerqueira também apontou como desafio a queda no número de motoristas profissionais no Estado, que diminuiu 22% na última década, além do envelhecimento da categoria, com aumento de 8% na idade média nesse período.
Entre as sugestões apresentadas pelo especialista estão o treinamento contínuo dos motoristas, a avaliação da saúde física e mental, a promoção da qualidade do sono, o monitoramento por tecnologia, a manutenção preventiva dos veículos, o uso de tecnologia embarcada e direção assistida, além de melhorias na sinalização horizontal e vertical, duplicação das vias, educação no trânsito e fiscalização mais efetiva.
“Os três pilares são segurança, eficiência e sustentabilidade”, afirmou Cerqueira.
O deputado Faissal reforçou a importância da participação popular na fiscalização dos serviços. “As pessoas podem nos ajudar a fazer essa fiscalização, desde que exista um mecanismo de fácil acesso, como um QR Code afixado nos veículos para que o cidadão registre irregularidades”, disse. Faissal anunciou que apresentará um projeto de lei para normatizar o uso do QR Code como ferramenta à participação dos usuários.
O relatório discutido no encontro também levantou preocupações sobre a segurança no trânsito e a renovação da frota de motoristas. Ele citou o uso de câmeras como recurso para acompanhar a conduta dos motoristas e evitar práticas de risco. “As câmeras podem ajudar a identificar situações perigosas. Tivemos relato de um motorista dirigindo a 88 km/h enquanto usava o celular”, destacou.
Outro alerta do deputado diz respeito à escassez de profissionais no setor. “Estamos próximos de um colapso por falta de motoristas. A categoria está envelhecendo e há pouco interesse em ingressar na profissão”, alertou Faissal.
Como coordenador da Frente Parlamentar de Tecnologia, o deputado Chico Guarnieri (PDT) defendeu a transformação da comissão em órgão permanente e também sugeriu o uso ampliado de tecnologias para aumentar a fiscalização. “Defendo o uso de câmeras em todos os veículos de transporte, incluindo ônibus e cargas pesadas. Isso amplia a fiscalização e aumenta a segurança dos motoristas, inclusive contra roubos. A tecnologia evolui rápido e precisamos trazê-la para o transporte. Isso vai ajudar a salvar muitas vidas”, afirmou.
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