A Prefeitura de Cuiabá, em parceria com a empresa Orizon Valorização de Resíduos, deu início às tratativas para a implantação da CooperVida, cooperativa que vai reunir cerca de 95 catadores que atuavam no antigo lixão, desativado em março de 2023. O projeto prevê a construção de um galpão de 600 m², garantindo condições estruturadas e sustentáveis de trabalho aos profissionais.
O avanço foi discutido em reunião realizada nesta quarta-feira (17), entre o diretor-geral da Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (Limpurb), Felipe Wellaton, o secretário municipal de Governo, Ananias Filho, e representantes da categoria.
Na reunião, os catadores expuseram as principais demandas e reforçaram a necessidade da estruturação de um galpão que viabilize a atividade coletiva. Ao todo, 95 trabalhadores devem integrar a nova cooperativa, que será implantada pela empresa Orizon Valorização de Resíduos, responsável pela gestão do Ecoponto Pantanal, localizado no Rio dos Couros, região do Pedra 90. O local é reservado para a destinação final de resíduos sólidos urbanos recolhidos na coleta regular de lixo doméstico.
Segundo Wellaton, a Prefeitura acompanha de perto as negociações e já articulou a criação de um comitê que terá a primeira reunião na próxima semana, com participação da Defensoria Pública, Ministério Público, Câmara Municipal de Cuiabá e representantes da sociedade civil. “O objetivo é tirar esse projeto do papel. Esse sonho não é apenas de vocês, mas também nosso. A gestão passada tinha o compromisso de entregar, e agora estamos cobrando que seja cumprido. Já protocolei o projeto no Meio Ambiente e, após a aprovação da destinação da área, a Orizon será responsável pela construção do galpão”, destacou.
Além da implantação da cooperativa, a Prefeitura de Cuiabá já havia adotado medidas emergenciais para amparar os trabalhadores desde a desativação do lixão. Por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Estadual, foi concedido auxílio financeiro mensal equivalente a um salário-mínimo, chamado Renda Solidária III – Cuidando da Gente. Somente em fevereiro de 2025, 255 catadores receberam R$ 1.518 cada, totalizando R$ 387.090.
Embora o pagamento estivesse previsto para encerrar em abril de 2023, o prefeito Abilio Brunini prorrogou o benefício, reconhecendo a vulnerabilidade da categoria. Em etapa mais recente, o auxílio passou a corresponder a 60% do salário-mínimo, considerando que parte dos trabalhadores já havia se inserido em outras atividades.
“O prefeito poderia ter encerrado o programa após o prazo legal, mas decidiu estender, garantindo recursos via Fundo do Meio Ambiente. Nossa determinação é assegurar condições dignas de trabalho aos catadores e acompanhar de perto a implantação da nova cooperativa”, concluiu Wellaton.
Os próximos passos incluem a definição do prazo de execução das obras do galpão, além da regulamentação do auxílio temporário até que a estrutura esteja em pleno funcionamento.
Mín. 20° Máx. 41°