Prefeitura de Sinop encerra etapa do Mulheres do Campo com capacitação e valorização da produção artesanal

A Prefeitura de Sinop concluiu nesta quinta-feira (06) mais uma etapa do projeto Mulheres do Campo, uma iniciativa que une turismo rural, empreendedorismo e agricultura familiar. O encontro, realizado no Assentamento Wesley Manoel dos Santos (Gleba Mercedes), marcou o encerramento das atividades de 2025, com a participação das moradoras da região. O programa, criado em março deste ano, é desenvolvido pela Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo e pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Mais de 25 mulheres da comunidade são atendidas pelo projeto, que busca promover autonomia econômica e incentivar a participação feminina em atividades ligadas ao turismo rural, à produção artesanal e à valorização dos saberes locais. No último encontro, nove participantes concluíram as oficinas de artesanato com fibra de bananeira.

A diretora de Turismo da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo, Leidiane Viegas, explicou que o projeto foi criado em março e, desde então, já ofereceu palestras e oficinas voltadas às realidades do campo. “O projeto foi lançado em homenagem ao Dia Internacional da Mulher e nós trouxemos para o assentamento várias etapas ao longo do ano. Falamos sobre previdência social, aposentadoria rural, turismo rural e turismo de base comunitária. Também trouxemos uma palestrante de São Paulo que visitou as propriedades, conversou com as mulheres e proporcionou uma troca de informações muito rica”, afirmou.

Segundo Leidiane, o Mulheres do Campo é um projeto itinerante que leva conhecimento diretamente às comunidades rurais para aproximar o turismo da agricultura familiar. “Hoje foi a última etapa, com a finalização das peças de artesanato. É um trabalho que leva aprendizado e novas oportunidades para essas mulheres. Nosso objetivo é impulsionar o turismo rural, fortalecer a agricultura familiar e unir esses dois mundos. O turismo rural está totalmente ligado à produção familiar, pois permite vivências dentro das propriedades, sem interferir na rotina do campo, mas agregando valor. Queremos preparar essas famílias para receber visitantes e gerar novas fontes de renda com o que já produzem, como hortaliças, frutas, doces, pães e artesanato”, destacou.

O diretor de Agricultura da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Luis Paulo Alves, destacou a importância do projeto para o fortalecimento das comunidades rurais e o desenvolvimento da agricultura familiar. Segundo ele, o Mulheres do Campo tem papel fundamental ao valorizar o trabalho das produtoras e gerar novas oportunidades de renda no meio rural. “É um programa que só vem contribuir com a comunidade da Gleba Mercedes. As mulheres da agricultura familiar aprenderam a produzir artesanato com a fibra de bananeira, o que é muito importante para agregar valor às propriedades, gerar renda extra e até se tornar uma fonte principal de sustento. Essa iniciativa mostra o quanto o incentivo certo pode transformar realidades e fortalecer o campo”, afirmou.

Luis Paulo reforçou que a parceria entre as pastas municipais tem sido essencial para o sucesso do projeto. “Essa interação entre as diretorias de Agricultura e de Turismo é fundamental. Juntas, conseguimos desenvolver ações de grande importância para as produtoras e para as comunidades rurais. O resultado é o fortalecimento da agricultura familiar e a ampliação das oportunidades no meio rural”, completou.

A engenheira agrônoma da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Beatryz dos Santos, acompanhou o grupo desde o início das oficinas e detalhou o processo de produção artesanal com o uso sustentável da fibra de bananeira. “Durante a oficina eu ensinei sobre a colheita da bananeira, a retirada da fibra, a secagem e agora a confecção das peças finais. A escolha desse material veio da necessidade de aproveitar algo que antes era descartado. É um artesanato totalmente sustentável, que transforma o pseudocaule da bananeira, antes desprezado, em fonte de renda e criatividade”, relatou.

Para as participantes, o Mulheres do Campo representa um espaço de aprendizado técnico, convivência e fortalecimento comunitário. A produtora Mônica Formigari, que trabalha com leite e horta há cinco anos, destacou a importância do projeto para unir as moradoras da região. “É um projeto que antes não tínhamos. Muita gente é vizinha e quase não se vê. Esses encontros aproximam as mulheres, trazem uma tarde agradável e um aprendizado que melhora nossa vida. Uma das etapas foi na minha casa, quando recebemos a visita de uma turismóloga de São Paulo. Ela conheceu nosso sítio e nos orientou sobre como aproveitar o turismo como uma nova fonte de renda. Foi uma experiência muito boa”, contou.

Mônica também expressou o desejo de continuar desenvolvendo atividades turísticas em sua propriedade. “Tenho vontade de criar uma lagoa e receber visitantes para conhecer nossa rotina no campo. Aqui é um lugar lindo, cheio de natureza, com pássaros e frutas. Queremos mostrar isso para quem vive na cidade e nunca teve contato com esse ambiente. É uma oportunidade de valorizar o que temos e gerar renda com o que já fazemos”, completou.

Com os resultados positivos alcançados em 2025, a Prefeitura de Sinop planeja ampliar o projeto Mulheres do Campo no próximo ano. Além das ações na Gleba Mercedes, novas comunidades rurais devem receber as capacitações e oficinas em 2026.