
O primeiro dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizada em todo o Brasil neste domingo (9), concede aos alunos até cinco horas e 30 minutos para responder questões e escrever a redação. Mas a partir de duas horas de realização - tempo mínimo exigido - alguns candidatos já tinham deixado o local de aplicação, bem antes das 19h, horário final.
A Agência Brasil conversou com alguns deles em pontos de aplicação do exame no Rio de Janeiro.
Em meio ao reencontro com parentes e amigos e a abordagens de promotores de cursinhos e de faculdades privadas, os estudantes manifestaram sentimentos como confiança, expectativa para o próximo domingo - quando acontece o segundo dia de provas - e surpresa com o tema da redação : "Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”.
Diego Jeferson de Souza, de 17 anos, fez a prova no campus de uma universidade particular, no bairro do Maracanã. Ele foi o primeiro a deixar o local de provas, poucos minutos após as 15:30.
“A prova estava tranquila até, eu achei que estaria mais difícil, só deu uma dificultada na redação, porque eu estava com um tema em mente e foi totalmente outro”, disse o estudante que pretende fazer curso de ciências contábeis na faculdade.
Para ele, o fato de ter feito a prova rapidamente é sinal de confiança para o próximo domingo.
Perto dali, Pâmela Rodrigues deixava o local de provas em uma unidade do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet). Na blusa que usava, exibia orgulhosa a frase estampada: “A educação transforma vidas e concretiza sonhos”.
A candidata de 33 anos pretende fazer faculdade de direito e considerou a prova “bem cansativa”, acrescentando que piora as dores que tem nas costas.
“É uma prova bem complexa, muitas horas, o que acho que gera muito cansaço e acho que tem que trabalhar muito o nosso emocional, psicológico. Requer também um bom preparo para conseguir uma boa pontuação”, disse.
Pâmela também se surpreendeu com o tema da redação. “Eu achei que cairia algo de meio ambiente por estar muito em alta, a questão de desmatamento”, contou.
Julian de Souza, de 21 anos, que pretende cursar fisioterapia, classificou o desempenho de “razoável” e, apesar da surpresa com o assunto da redação, achou que foi um “bom tema”.
“O que eu acho do Enem é que é mais interpretação, acho que questões de texto cansam mais, mas foi tranquilo até”, avaliou.
Outra candidata que vislumbra fazer faculdade na área da saúde é Caroline Rosa, de 17 anos, que quer estudar enfermagem. Ela achou a prova “um pouco difícil”.
“Com medo”, brincou. Ela já adiantou que a próxima semana será de estudo. “É matemática, né? Então tem que estudar à beça”.
Graziele Silva dos Santos, de 17 anos, se imagina fazendo faculdade na área de logística e não achou o exame tranquilo.
“Achei um pouco difícil, mas talvez eu consiga”, disse ela, que considerou importante o tema da redação.
“Foi importante cair porque não é algo que muita gente pensa. Então é importante para a gente treinar”, diz.
Maria Clara Camargos, de 17 anos, classificou o primeiro dia do Enem como desafiador. “Mas foi bom, não foi tão ruim não”.
A estudante quer ser psicóloga e foi mais uma que ficou surpresa com o assunto da redação. “Eu estava confiante de que seria sobre a tecnologia, que eu teria mais argumentos”.
Entre os candidatos, havia os que confessaram não ter estudado muito para a prova, como Cauã Pereira Barbosa, de 18 anos. “Vou fazer área militar, então eu vim aqui só para fazer mesmo”, relatou ele, que ainda nutre o interesse em cursar ciência da computação.
Mais de 4,8 milhões de candidatos estavam habilitados a participar do Enem.
Além da redação, a prova deste domingo cobrou questões de múltipla escolha das seguintes áreas do conhecimento: língua portuguesa; literatura; língua estrangeira (inglês ou espanhol); história; geografia; filosofia e sociologia, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação.
O segundo dia de prova é no próximo domingo (16), quando serão cobrados conteúdos de ciências da natureza e matemática.
Além de avaliar o ensino nas escolas, O Enem é a principal porta de entrada em universidades, principalmente nas públicas. A nota pode ser usada pelos estudantes no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), voltado às públicas, e no Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), os dois direcionados a instituições particulares.
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