
A Câmara Setorial Temática (CST) de Políticas Públicas para Melhoria da Genética na Criação de Zebuínos, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), apresentou nesta segunda-feira (15), durante a 9ª reunião ordinária, o balanço e o resumo do relatório final dos trabalhos desenvolvidos ao longo de quase um ano. A reunião foi realizada na Sala das Comissões Deputada Sarita Baracat.
Requerida pelo deputado Dr. João (MDB), a CST encerra seus trabalhos com resultados considerados acima das expectativas e já projeta um grande evento nacional sobre melhoramento genético, que deverá ser realizado em Mato Grosso no segundo semestre de 2026. A iniciativa é um dos principais desdobramentos do relatório final elaborado pela Câmara.
Segundo o deputado Dr. João, o foco central do trabalho foi democratizar o acesso ao melhoramento genético, especialmente para os pequenos produtores, que representam cerca de 89% dos pecuaristas do estado, com rebanhos de até 250 cabeças.
“Foi um trabalho construído passo a passo, com diálogo, ouvindo especialistas, associações e produtores. O relatório traz propostas concretas para dar assistência técnica, com apoio de universidades, envolver o Estado e os municípios e garantir melhores condições aos pequenos criadores. Isso significa carne de melhor qualidade, mais produtividade e mais renda para quem está na base da cadeia produtiva”, destacou Dr. João.
O presidente da CST, José Esteves de Lacerda Filho, explicou que a CST foi instalada no início de 2025, a pedido do setor produtivo do Nelore. O diagnóstico apontou que a maioria dos produtores de Mato Grosso é de pequeno e médio porte e enfrenta dificuldades como falta de assistência técnica, linhas de crédito adequadas, regularização fundiária e ambiental.
Ele ressaltou que o melhoramento genético já demonstrou impacto direto na economia do estado. “Em 2023 e 2024, os animais com genética melhorada tiveram aumento médio de duas arrobas no abate. Considerando cerca de 7,5 milhões de animais abatidos, isso representou uma circulação adicional de aproximadamente R$ 4,5 bilhões na economia mato-grossense, com reflexos na geração de emprego, renda e no financiamento de políticas públicas”, explicou Lacerda.
Como fruto direto dos trabalhos da CST, José Lacerda anunciou a preparação de um debate inédito em Mato Grosso, com participação de técnicos, cientistas, produtores e especialistas do Brasil e do exterior. O encontro terá como foco ciência, tecnologia, inovação, inteligência artificial e estratégias de melhoramento genético acessíveis também aos pequenos produtores e à agricultura familiar.
“Esse evento já é resultado concreto da Câmara Setorial Temática. Nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida do produtor e fortalecer um dos pilares da base econômica do estado”, afirmou o presidente.
O relatório final da CST está em fase de redação final e deverá ser apresentado, pelo deputado Dr. João ao plenário da ALMT no primeiro semestre de 2026. Após aprovação pelos deputados, o documento será encaminhado aos órgãos competentes.
Dentre as propostas, estão: a criação de um programa estadual de melhoramento genético para gado de corte, nos moldes do que já existe para a bacia leiteira; democratizar o acesso à genética para pequenos e médios produtores; fortalecer a assistência técnica, especialmente a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); integrar genética, manejo, crédito e regularização, além de estabelecer metas, indicadores e resultados.
Durante a reunião, o relator da CST, Alexandre El Hage, alertou para entraves enfrentados pelo setor, como a moratória da carne, defendendo o combate a essa prática por seus impactos negativos sobre os produtores mato-grossenses. Segundo ele, a CST discutiu de forma ampla todos os eixos da pecuária, como genética, manejo, nutrição, sanidade, meio ambiente, além do diálogo com as indústrias e empresas do setor.
Alexandre avaliou o trabalho como positivo, destacando a construção coletiva de alternativas para fortalecer e modernizar a pecuária de Mato Grosso. E agradeceu o deputado Dr. João e o presidente da CST, José Lacerda, pelo papel fundamental na instalação e condução da Câmara. A expectativa é que, já no começo do próximo ano, os estudos resultem na aprovação de projetos e no início da implementação das propostas. “Mato Grosso já é o maior produtor e quer ser também o melhor”, ressaltou El Hage.
O relatório final da CST dos Zebuínos reforça a importância estratégica do setor para a segurança alimentar, o desenvolvimento econômico e a valorização da pecuária no estado.
Geral Inmet emite alerta para o RS de ventos de até 100 km/h e tempestade
Legislativo - MT Deputado Avallone vistoria obras dos CAPS II e III em Cuiabá
Geral Funcionários da Petrobras entram em greve por tempo indeterminado Mín. 22° Máx. 30°