“Muitas vezes a violência está ocorrendo do nosso lado e não identificamos para ajudar a vítima”. A afirmação é da gestora da Secretaria da Mulher e da Família (Semfa), Mara Fernandes. Por isso “a importância do diálogo aberto com a sociedade, para que as próprias vítimas possam identificar que estão sofrendo alguma forma de violência e buscar ajuda”, completa. Justamente as formas de violência e onde pedir ajuda foram itens abordados ontem, 25 de agosto, no TalK Show Agosto Lilás.
Para Mara, é necessário ampliar e desenvolver cada vez o diálogo. “Hoje nosso foco são os acadêmicos das instituições de ensino superior que atuam no Município, são futuros das áreas de direito, psicologia, medicina e enfermagem, que no decorrer da profissão poderão se deparar com situações de violência e precisam estar preparados para agir”, diz.
A promotora de justiça, Fernanda Pawelec, também destaca a importância do diálogo aberto com a sociedade. “Falar sobre as origens da violência, como as mulheres são impactadas e destacar canais de denúncia é essencial”, frisa. “Precisamos trabalhar diálogos sociais”, reforça.
Vale destacar que a violência contra a mulher é qualquer ato que cause sofrimento físico, sexual, psicológico, moral ou patrimonial à mulher, com base no gênero e em um desequilíbrio de poder. O machismo é relatado hoje como uma das principais raízes da violência. No Brasil, a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) define cinco tipos de violência doméstica e familiar e o feminicídio é um crime hediondo que qualifica o homicídio simplesmente pela condição de ser mulher.
Secretária de Assistência Social, Daniela Marsola, completa que o debate sobre violência precisa ser estendido o ano todo. “Nós temos canais de apoio, hoje a equipe do CREAS, (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) está apta a atender essas vítimas, inclusive com apoio a mulheres que tem medidas protetivas em vigor”, diz.
Mara acrescenta que hoje a Secretaria da Mulher é uma realidade. “Um grande avanço”, diz. A Semfa, detalha Mara, está preparada para atender, acolher e encaminhar mulheres que buscam apoio.
“Há uma importância enorme em falar, compartilhar e buscar ajuda. Agosto, dentre as várias cores, também é lilás e traz à tona a necessidade de tratar sobre a violência contra mulheres”, reforça. Para a Mara, esse é um debate que deve permanecer o ano inteiro. “Intensificamos as ações em agosto, mas essa é uma missão constante que precisa ser trabalhada de maneira ininterrupta”, pontua a secretária.
Promovido todos os anos, o Agosto Lilás é um marco de conscientização e enfrentamento à violência contra as mulheres. Hoje Sorriso conta com uma Rede Unificada de Proteção à Mulher, Idoso, Criança e Adolescente instalada, um grande suporte nos casos de violência contra a mulher. A secretária acrescenta que o “feminicídio é evitável e é compromisso público e comunitário a implantação de políticas para a defesa da vida”.
No Município o trabalho de conscientização é realizado em parceria pela Prefeitura por meio da Semfa, da Secretaria de Saúde (Semsa), Secretaria de Assistência Social (Semas), Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Ministério Público e Associação Mulheres de Negócios e Profissionais (BPW), núcleo de Sorriso. o encontro desta manhã contou com o apoio direto e palestras de integrantes do BPW.
Vale sempre lembrar que a Polícia Militar está à disposição pelo 190 e o Corpo de Bombeiros pelo 193, 24 horas por dia.
Texto: Claudia Lazarotto
Fotos: Ney Douglas
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