Na manhã desta quarta-feira (10), agentes de combate às endemias (ACE) participaram de uma capacitação técnica voltada para a vigilância de triatomíneos – insetos conhecidos popularmente como barbeiros, transmissores doTrypanosoma cruzi, parasita causador da Doença de Chagas. O treinamento, realizado na sala de formação da Secretaria Municipal de Saúde, reuniu os profissionais em atividades teóricas e práticas.
Durante a formação, os agentes aprofundaram seus conhecimentos sobre biologia e hábitos dos barbeiros, além de ampliarem o olhar para outras zoonoses e animais de importância médica. O objetivo foi aprimorar a identificação, coleta e manejo dos barbeiros, reforçando os protocolos corretos de envio de amostras aos laboratórios de referência e ampliando a capacidade técnica das equipes para prevenção e controle da doença.
A capacitação também destacou a importância da notificação correta de acidentes com animais peçonhentos, como escorpiões, aranhas e serpentes, que vêm se tornando mais frequentes em razão de fatores como desmatamento e mudanças climáticas. O registro e a triagem desses animais são fundamentais para garantir a disponibilidade de soros no município, já que os dados subsidiam a distribuição realizada pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Butantan.
Parte do conteúdo ministrado teve origem em cursos realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso (LACEN-MT), por meio do Escritório Regional de Saúde de Sinop.
Segundo o agente Lucas Ávila, a troca de experiências amplia o alcance do aprendizado e fortalece a rede de vigilância em saúde. “Foi um curso extremamente importante para fortalecer nosso trabalho em campo. Aprendemos a identificar as diferentes espécies de barbeiros, o que faz toda a diferença na hora de orientar os moradores com segurança e coletar corretamente os insetos. Também abordamos o controle de escorpiões e serpentes, que podem causar acidentes graves e demandam soro específico”, destacou.
A enfermeira, Maria Aparecida destaca que a atualização constante é essencial para o conhecimento técnico atualizado do trabalho em rede, fundamentais para o enfrentamento desses vetores. Além de abranger um leque de zoonoses, esses profissionais aprimoram sua atuação no contato direto com a comunidade.
“A ideia é unir teoria e prática, para que os agentes desempenhem um bom trabalho nos domicílios. Muitos associam o trabalho apenas ao combate da dengue, mas a atuação é muito mais ampla, incluindo doenças como hantavirose, acidentes com animais peçonhentos e a própria Doença de Chagas. Portanto, essa capacitação garante respostas rápidas e eficazes diante de notificações, além de contribuir para a prevenção de doenças que ainda representam riscos em áreas urbanas e rurais”, ressaltou Maria.
Para Lucas Ávila, cada informação coletada em campo tem impacto direto na segurança da população. "É através desse trabalho que o Município consegue ampliar a oferta de soros e garantir atendimento rápido em situações de risco, reitera.
Texto: Janaína Oliveira
Fotos: Janaína Oliveira
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