Incêndios florestais novamente colocam Mato Grosso entre os estados mais críticos do país. Somente nesta quarta-feira (10), o Corpo de Bombeiros registrou 31 ocorrências em diferentes regiões do Estado. Em Barra do Garças, as chamas avançam sobre a Serra do Roncador e o Parque Estadual da Serra Azul, áreas de grande relevância ambiental e turística.
O trabalho de contenção envolve brigadistas, maquinários pesados e o uso de aeronaves para tentar frear o avanço das linhas de fogo. Em Vila Bela da Santíssima Trindade, por exemplo, quatro focos seguem em combate. Já em Chapada dos Guimarães, tradicionalmente atingida nesta época do ano, as equipes enfrentam três incêndios ativos.
O crescimento das ocorrências sobrecarrega as equipes de combate, que precisam atuar em múltiplas frentes. As operações envolvem também o uso de helicópteros e apoio do Ciopaer e da Defesa Civil.
Os incêndios também atingem terras indígenas, onde a atuação do Estado depende de autorização federal. Atualmente, são 22 registros em territórios como o Parque do Xingu (Gaúcha do Norte), Terra Indígena Sangradouro (Poxoréu) e Marechal Rondon (Paranatinga).
O fogo ameaça não apenas a vegetação, mas também as comunidades que vivem nessas áreas, expondo populações a riscos diretos e à fumaça persistente.
Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra que, em apenas 24 horas, foram detectados 268 focos de calor em Mato Grosso. Desses, 165 estão na Amazônia, 92 no Cerrado e 11 no Pantanal. Nem todos evoluem para incêndio florestal, mas a concentração de focos em áreas próximas aumenta a chance de propagação descontrolada.
Além dos incêndios florestais, há ainda 15 queimadas ilegais sob investigação do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso por meio da Operação Infravermelho, que monitora os focos de calor através de imagens satélite para identificar suspeitos e responsabilizar infratores.
Essa prática irregular, comum no manejo de áreas agrícolas, é apontada como uma das principais causas de incêndios no período seco.
Os incêndios em Mato Grosso têm efeitos além da destruição da vegetação. A fumaça compromete a qualidade do ar em cidades próximas, provocando aumento nos atendimentos médicos por problemas respiratórios. O fogo também afeta a fauna, que perde habitat e se desloca em busca de abrigo, e ameaça áreas de preservação ambiental e propriedades rurais.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, desde o início do período proibitivo de uso do fogo (que começou em junho no Pantanal e em julho no Cerrado e Amazônia) já foram 198 focos extintos em diferentes municípios. Apesar disso, o número de novos registros mostra que o problema continua se agravando.
Entre junho e setembro, quando as chuvas escassas, Mato Grosso costuma enfrentar os maiores índices de incêndios do ano. A combinação de estiagem, calor intenso e ventos fortes favorece a propagação rápida das chamas, que muitas vezes se iniciam por ação humana, seja acidental ou criminosa.
O alerta das autoridades é para que a população não utilize fogo em nenhuma circunstância, inclusive em áreas urbanas, onde a prática é proibida durante todo o ano. Em caso de qualquer indício de incêndio, os números de emergência são 193 (Bombeiros) e 190 (Polícia Militar).
Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra que, em apenas 24 horas, foram detectados 268 focos de calor em Mato Grosso. Desses, 165 estão na Amazônia, 92 no Cerrado e 11 no Pantanal. Nem todos evoluem para incêndio florestal, mas a concentração de focos em áreas próximas aumenta a chance de propagação descontrolada.
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