A Câmara Municipal de Colíder sediou nesta quinta-feira (18) uma audiência pública para debater os riscos e impactos causados pelos problemas estruturais identificados na Usina Hidrelétrica de Colíder. O encontro foi convocado pela vereadora Joize Marques e pelo presidente da Câmara, Luciano Milani, em conjunto com a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, representada pelos deputados estaduais Wilson Santos e Diego Guimarães.
A usina, localizada no município, enfrenta sérios problemas em seu sistema de drenagem. As falhas levaram a Eletrobrás, responsável pelo empreendimento, a iniciar em agosto o rebaixamento do nível do reservatório. Entretanto, a medida resultou em impactos ambientais significativos, principalmente na fauna aquática, segundo relatório divulgado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT).
A audiência contou com a participação de diversas autoridades. Entre elas, o prefeito de Colíder, Rodrigo Benassi, o vice-prefeito Lourenço Marani, vereadores do município, o vice-prefeito de Itaúba, Douglas Aziliero, o procurador de Justiça e coordenador do Centro de Apoio à Execução Ambiental, Dr. Gerson Barbosa, a promotora de Justiça de Colíder, Dra. Grasiella Salina Ferrari, a defensora pública do Estado, Dra. Francine Grings, o comandante do Corpo de Bombeiros Militar de Colíder, major Fabio Sabino, além do agente fluvial de Sinop representando a Capitania dos Portos, capitão Renato da Conceição Rosa. Também marcaram presença o representante do Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso, Jefferson Nascimento, o jornalista Agnelo Corbelino e demais lideranças regionais.
Durante os debates, as autoridades reforçaram a necessidade de que a Eletrobrás adote medidas urgentes, como a divulgação clara de informações à população, atualização dos planos de emergência e contingência, além da criação de canais de comunicação diretos com a comunidade. Também foi cobrado da empresa maior transparência sobre o andamento das ações voltadas à manutenção e à gestão de riscos.
Representando a Eletrobrás, o diretor institucional Bruno Eustáquio de Carvalho e o diretor de licenciamento Jader Fernandes garantiram que a empresa está empenhada em aprimorar as contenções, fortalecer a comunicação com a sociedade e elaborar um plano de recuperação e mitigação dos danos ambientais. Os representantes também afirmaram que estudos técnicos estão em andamento para dimensionar a gravidade das falhas estruturais.
Apesar das preocupações, a Eletrobrás assegurou que não há risco de rompimento da barragem e que a operação da usina continua com duas turbinas em funcionamento. A empresa, no entanto, reforçou que somente após a conclusão dos levantamentos técnicos será possível apresentar um diagnóstico mais detalhado sobre os danos e as medidas de reparação.
A audiência pública em Colíder evidenciou a preocupação conjunta de autoridades, sociedade civil e órgãos de controle em relação à segurança da usina e aos impactos ambientais decorrentes das medidas emergenciais já adotadas.
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