Vagas divulgadas em grupos de WhatsApp, escalas feitas em planilhas e falta de critérios objetivos para seleção de candidatos. Buscando evitar práticas improvisadas e unificar os processos de contratação de médicos, a startup brasileira Revoluna desenvolveu uma plataforma que conecta profissionais a oportunidades de trabalho, como plantões em clínicas e hospitais.
Do lado do médico, o aplicativo (app) concentra cadastro, documentação e candidatura. Do lado do contratante, a plataforma abrange publicação, triagem, aprovação e atualização automática da escala, registrando cada etapa com trilha de auditoria.
O resultado aparece em dashboards de operação (tempo, taxa de preenchimento, cobertura por período, no-shows e ocorrências), que servem tanto para gestão diária quanto para melhoria contínua.
"A medicina evoluiu muito nos últimos anos, mas a forma de contratar médicos continua presa a práticas improvisadas. Isso pode gerar insegurança para os profissionais e problemas de gestão para as instituições. É nesse vazio que a Revoluna busca atuar. Pelo app, o médico consegue acessar um feed de oportunidades filtradas por especialidade, localização e disponibilidade.", explica Dr. Rafael Pivovar, CEO e fundador da Revoluna.
A abordagem da startup é padronizar o anúncio com requisitos objetivos, automatizar a checagem documental e dar ao gestor um painel de seleção com ranking de aderência e comunicação centralizada.
"Dessa forma, a vaga é publicada para uma base qualificada, os candidatos chegam já priorizados, o aceite atualiza a escala em tempo real e o gestor acompanha indicadores, histórico e substituições. Quando faz sentido para o cliente, incluímos a antecipação de honorários como serviço financeiro acoplado, para reduzir atrito sem imobilizar caixa do hospital.", detalha Pivovar.
Ele lembra que, até o fim de 2025, o Brasil deve chegar a mais de 635 mil médicos em atividade (uma média de 2,98 profissionais por mil habitantes), conforme repercutido pela Agência Brasil.
A proporção, no entanto, está abaixo do recomendado pela Organização para a cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 3,7 profissionais por mil habitantes. Na visão do CEO, esse contexto ressalta a necessidade de soluções que otimizem o preenchimento de vagas.
"O app usa recomendação inteligente porque o problema do médico é de relevância e timing: ele não quer ‘todas’ as vagas, quer as que cabem na sua rotina, na sua especialidade e no seu deslocamento. A abordagem é misturar preferências explícitas (locais, horários, tipos de plantão) com aprendizado do uso real (o que ele visualiza, salva, aceita e cumpre) para ordenar o feed por utilidade esperada. Isso tem como objetivo melhorar a experiência do médico e a velocidade de contratação do anunciante.", destaca.
IA e compliance
Gabriel Coelho, CMO e co-fundador da Revoluna, diz que o uso de inteligência artificial (IA) na medicina brasileira ainda é desigual, com algumas áreas recebendo mais atenção do que outras.
"Há ilhas de excelência e, ao mesmo tempo, muita operação básica feita de forma manual. A nossa abordagem busca ser pragmática: aplicar IA onde ela destrava gargalos mensuráveis orquestração de agendas e escala, priorização de candidatos, previsão de picos de demanda, redução de no-shows — sempre com revisão humana e sem substituir julgamento clínico.", menciona Coelho.
Ele explica também que a empresa opera com privacidade por design e processos de compliance, através de bases legais para tratamento de dados e minimização de coleta de informações sensíveis.
"Mantemos trilhas de auditoria e mecanismos proporcionais ao uso, medimos e mitigamos viés, buscamos garantir revisão humana em decisões sensíveis e, quando uma funcionalidade se aproxima de software como dispositivo médico, seguimos o caminho regulatório aplicável (validação, documentação técnica e segurança).", detalha o fundador da Revoluna.
Para saber mais, basta acessar o site da Revoluna: https://www.revoluna.com.br/
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