Quando Áuria de Almeida Alves, 58 anos, e o esposo Roberto Alves, 64 anos, chegaram a Nova Santa Helena, buscavam melhores condições para a família. Quatro décadas se passaram desde então, sempre ligados à terra, entre lavouras de mandioca, pequenas criações e diferentes tentativas de produção. Mas foi o guaraná que conquistou espaço definitivo no sítio e na vida do casal.
“Eu aprendi a trabalhar na roça desde cedo, com meu pai, na mandioca. Sempre tive amor por plantar. Há 30 anos, começamos com o guaraná, estimulados por vizinhos. Naquele tempo era difícil, a comercialização quase não compensava, mas eu nunca quis desistir”, lembra Áuria.
Originário da Amazônia, o guaraná é uma planta típica da região Norte do Brasil, conhecida pelas sementes ricas em cafeína natural. Além de ser utilizado na produção de xaropes, cápsulas e bebidas energéticas, o fruto também é base do tradicional refrigerante brasileiro que leva seu nome. Seu cultivo exige cuidado e dedicação, mas pode ser bastante rentável, especialmente diante do crescimento da procura por produtos naturais e funcionais no mercado.
A persistência deu frutos. Hoje, toda a produção é vendida para dois compradores de Cuiabá, que chegam a pagar até R$ 100 pelo quilo do grão. Roberto acompanha cada etapa ao lado da esposa e reforça a importância desse caminho.
“O guaraná mostrou para a gente que pode ser um cultivo viável em Mato Grosso. Se tiver manejo certo, dá retorno e traz satisfação. Isso nos anima a continuar. ”
Esse novo olhar veio com a chegada da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em Fruticultura do Senar/MT. Desde o início do ano, o casal recebe as visitas da técnica de campo credenciada, Marisia Porsebom, que trouxe orientações sobre adubação, manejo e controle do pomar. “Quando cheguei, vimos a necessidade de ajustes para melhorar o desenvolvimento das plantas. Fomos adequando os tratos culturais, e os resultados já começam a aparecer. Eles estão muito empenhados, e isso faz toda a diferença”, destaca Marisia.
A técnica também reforça que a experiência de Áuria e Roberto é inspiradora. “A propriedade deles mostra como o guaraná pode se desenvolver em Mato Grosso. É um exemplo de que, com dedicação e acompanhamento técnico, essa cultura tem muito potencial para crescer no estado. ”
Para Áuria, o apoio tem sido fundamental. “O Senar chegou para transformar a nossa produção. A técnica acompanha de perto e mostra o que a gente precisa mudar. Eu só tenho a agradecer por esse cuidado. ”
Com mais confiança no futuro, o casal já sonha com novos passos: aumentar a área plantada, corrigir as falhas no pomar e investir em irrigação.
“A gente tem planos e muita vontade de continuar crescendo com o guaraná. É gratificante ver que uma história que começou pequena se tornou parte da nossa vida e do nosso futuro”, conclui Áuria.
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