Você já parou para pensar no caminho que a água percorre até chegar à sua torneira? Em Sorriso, esse processo vai muito além da captação e distribuição. Pelo menos três vezes na semana, equipes da Secretaria Municipal de Saúde se desdobram em um monitoramento rigoroso para garantir que cada gota que chega à população seja limpa, segura e esteja em perfeita conformidade com os padrões de potabilidade exigidos por lei.
Esse trabalho faz parte do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano – o Vigiágua , uma política pública coordenada pelo Ministério da Saúde e executada pelos municípios. Em Sorriso, a rotina é acompanhada de perto pela Vigilância em Saúde Ambiental e Sanitária, que coleta e analisa amostras em diferentes regiões, e também nos distritos de Primaverinha e Caravágio, na comunidade Morocó e no assentamento Jonas Pinheiro.
O Vigiágua, integrado ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental (SINVSA), tem a missão de proteger a saúde da população. Ele não se limita a avaliar a água que flui pelas redes públicas; vai além, examinando também as soluções alternativas, como poços, cisternas e nascentes. Tudo isso é feito seguindo à risca os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, que define os parâmetros de qualidade.
As análises são minuciosas e verificam pontos cruciais para a nossa segurança, como:
Cloro livre: guardião invisível que garante a desinfecção da água e evita a proliferação de microrganismos causadores de doenças.
Turbidez: mede a presença de partículas em suspensão, que podem indicar contaminação e reduzir a ação do cloro;
pH: avalia a acidez ou alcalinidade da água, prevenindo corrosão e garantindo estabilidade química;
Microbiologia: aqui, a atenção é redobrada. Identifica coliformes totais e a bactéria Escherichia coli, indicadores de contaminação fecal;
Toxicologia: uma varredura na detecção de possíveis substâncias nocivas, como metais pesados, pesticidas e solventes, que possam comprometer a nossa saúde.
Esses parâmetros são avaliados constantemente, e os resultados precisam estar dentro dos limites estabelecidos para confirmar a segurança da água consumida pela população
Para a responsável pela coleta da água, Maria Aparecida Godinho Saraiva, cada análise é uma medida de proteção coletiva. “O monitoramento da água é mais do que um procedimento técnico, é um cuidado diário com cada morador. Queremos garantir que toda família de Sorriso tenha acesso a uma água limpa, segura e de confiança e de qualidade”, reforça.
Após todas as avaliações, os resultados são inseridos no Sistema Nacional de Informações sobre a Qualidade da Água (SISÁGUA), garantindo transparência e permitindo que os dados fiquem disponíveis para acompanhamento em nível nacional.
Além do monitoramento contínuo, o Vigiágua, em parceria com o estado, laboratórios e órgãos de saneamento, vai além, são realizadas coletas e analises de amostras em diversos pontos da cidade se dedicando à identificação de riscos, avaliando possíveis fatores de contaminação, como agrotóxicos ou nitratos.
As equipes atuam também em ações preventivas e corretivas, com orientações para gestores e prestadores de serviço sempre que necessário; educação em saúde, levando informação à comunidade sobre a importância da água segura no combate a doenças como diarreia, hepatite A e cólera.
“Esse trabalho silencioso, muitas vezes despercebido, é essencial para evitar surtos de doenças de transmissão hídrica e garantir qualidade de vida às famílias. Em Sorriso, o monitoramento da água é uma exigência legal, mas uma prova de cuidado diário com a saúde e o bem-estar da nossa comunidade”, ressalta Vanio Jordani, o secretário municipal de saúde.
Texto: Janaína Oliveira
Fotos: Cleiton Isidorio e Vigilância Ambiental
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